Era domingo à tardezinha. Vi bolinhas de sabão voando por aquelas ruas centenárias. Vinham todas serelepes e sorrisonhas, quicavam e morriam no chão de pedra da Vila Rica: plof! Resolvi seguir e saber de onde vinham tantas bolinhas de sabão. Subi aquela íngreme ladeira ao lado da suntuosa Basílica do Pilar. Além de ver as bolinhas, comecei a escutar o som de riso de uma criança. Que melodia encantadora! Ela ria de forma que todos se contagiavam. Cheguei ao alto da ladeira, a rua São José. Recuperei meu fôlego. Que cena linda vislumbrei: uma rua com belos casarões, calçada de pedras, pôr do sol, domingo à tarde e bolinhas de sabão para todo lado. Caminhei mais um pouco e vi uma família. O pai com o menino nos ombros pulava para que a criança alcançasse as bolinhas. A cada pulo, uma gargalhada do menino. A mãe registrava o momento e sorria junto. Eu poderia ficar a eternidade ali contemplando aquela cena de cinema. Que momento incomparável! Tudo sumiu de minha volta, meu olhar só queria estar ali vendo aquela família na rua São José cheia de bolinhas de sabão que descobri proceder da varanda de um dos casarões. Agradeci a Deus por tão bela cena e me permitir contemplá-la. Aquela família nem me conhecia e nem eu já os tinha visto, mas naquele dia eu experimentei o céu aqui na terra. Tive que voltar para meus afazeres, mas nunca deixarei de lembrar-me daquele domingo à tardezinha que vi uma família feliz brincando com bolinhas de sabão na rua São José.
Emanuel Tadeu
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