Visitando
uma senhora, ela me contou sobre a história do seminarista Fabinho. Ele morreu
com 26 anos em 1996. Ela disse que uma vez Fabinho contou que quando as pessoas
perguntavam o que ele iria ser, ele dizia:
- Padre.
Então falavam:
- Que benção, parabéns!
Ele, porém, completou
para a senhora que estava visitando:
- Ninguém me perguntava
se eu estava feliz, apenas parabenizavam.
A
senhora me disse que tal indagação a fez refletir bastante. Confesso que tocou
meu coração também. Seja padre no aspecto vocacional ou no sentido
profissional: médico, polícia, engenheiro, professor, fisioterapeuta, advogado, marceneiro... Temos que
perguntar a nós mesmos e aos outros: sou
feliz? está feliz? Aprendi esta lição com Fabinho que nem cheguei a
conhecer pessoalmente, pois nasci justamente no ano que ele partiu.
Tenho
concluído que as pessoas se preocupam muito com a exterioridade, com as
aparências. Na verdade, tenho a impressão que nossa sociedade hodierna vive
mais das aparências. Dificilmente alguém pergunta: você está feliz em sua
vocação? Está feliz em seu casamento? Está feliz nesta profissão? Está feliz na
casa nova? Afinal, você é feliz? Tanta dor, tantos suicídios, tanta depressão,
tanta ansiedade, tanta infelicidade, tanta coisa... Felicidade não significa
ausência de sofrimento, pois neste mundo é impossível viver sem provações, mas
quanta angústia poderia ser evitada se não nos preocupássemos tanto com as
aparências, mas com o essencial. Vê-se um sorriso nos lábios, mas esconde-se a
tristeza do coração. O guarda-roupas está cheio, mas na alma falta sentido. Que pergunta desinstaladora: você é feliz? Desde que ouvi
essa história tenho refletido e lhe convido a fazer igual: mesmo diante de todas
as dificuldades da vida: você é feliz?
Emanuel Tadeu
#aoladodeumjazigo #fabinho #serfeliz #indagação #sentidodavida #viver #pensar #crônica #utopiadoviver
Comentários
Postar um comentário