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Semana Santa Poética

Fonte da imagem: internet 

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

Ramos espalhados

Nas janelas e portões

Nas ruelas e avenidas

Nas mãos e no coração.

 

Verde em sua aparência

Leva nosso olha além

Uma cor tão comum

A esperança nos sustém.

 

O Rei vai passar perto do lar

Na estrada defronte a minha janela

Vem trazendo esperança

Dando cores a nossa tela.

 

Hosanas ao Rei!

Das mãos pequenas da criança

Das mãos calejadas do trabalhador

Das mãos do povo da Aliança.

 

Ele vê a todos no caminho

Não despreza ninguém em sua história

É o dia Santo dos ramos

Na grande Semana da vitória.

 

Ei-lo em nossa porta

Caminhando para cruz

Deixa-me segui-Lo

Ó desconcertante Rei Jesus!


Fonte da imagem: internet 

Procissão do Encontro

Era noite

Madrugada

Ela saiu apressadamente

Desejava encontrar seu filho

Nada podia detê-la

Quem poderia parar uma mãe em busca do filho?

É possível frear o coração materno?

Não, nada cessa o amor de mãe

Não a impeçam!

Deixem-na ir!

 

Era manhã

Véspera de Páscoa

Um julgamento injusto

O cordeiro para o sacrifício

A multidão mentira

Ele saiu com a cruz

Desejava fazer a vontade do Pai

Nada podia detê-lo

Quem pode cessar o amor latente do amado?

É possível ser infiel a própria essência?

Não, não há divisão no amor!

Ele caminha para cruz

Segue com alta liberdade.

 

No caminho

Sob sol palestinense

Na rua da amargura

Com poeira e dor

Mãe vê filho

Filho encontra mãe

O rio deságua no mar

O coração encontra o Coração

Olhares se cruzam

O tempo e o eterno

Nada a dizer

O coração já disse tudo

Sentimentos se entrelaçam

Adeus!

A Deus!

Ele segue a via crucis

Ela o segue

Ele com a cruz

Ela transpassada

Ambos creem

O mesmo Projeto

E a mais plena realização:

A Vontade do Pai.


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Lava-pés

O gesto inclinado

Simples curvatura

Grande dignidade

Ao lado, uma jarra e bacia

Uma grande mesa de quatorze lugares

Uma vela silenciosa crepita

Olhares confusos e cruzando-se na sala

- O que ele está fazendo?

Pensam no silêncio do coração

O som da água sendo derramada

Lá fora, uma noite fria, envolvida por preto vestido

Um vento discreto sussurra

As cortinas amareladas são suavemente embaladas

E ali, inclinado no chão

Segurando pé por pé

Um Deus/Homem lava

Toca o chão e derrama água

Acaricia os pés

Concede-lhe um ósculo

Olha nos olhos e sorri

- Agora está limpo, pode partir!


Fonte da imagem: internet 

Ressurreição

Orvalho na rosa

Manhã cedinho

Sol despertando

Vento suave tangendo as folhas

Acorda Maria Madalena

Apressada vai ao túmulo.

 

Pássaros cantando

Dia renascendo

Borboletas voando

Curvas silenciosas no lago.

Maria Madalena afobada

Suor na fronte.

 

Pedra retirada

Vento entre as faixas de linho

Uma lagartixa passeando

O canto dos pássaros

Madalena desesperada:

- Onde está o corpo do Senhor?

 

Crianças brincando

Mulheres lavando as roupas

Homens no labor do campo

Pedro e João correndo.

Sudário da cabeça ao lado

Sinal de retorno

Corações disparados

Mas a natureza serena.

 

Não está ali!

O vento soprando

Rindo de tudo

Gente de pouca fé!

 

Como a dança das faixas

Como o cintilar das folhas

Com o sol quente

Ele vive

Repousa no eterno

Impossibilidade da matéria

Certeza da Fé

 

No sepulcro vazio

Não há solidão

Há dedilhado de canção:

A canção de Ressurreição!


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Páscoa

A semente germinou e cresceu

Tornou-se árvore

De grande porte, viçosa, atraente.

Mas um pássaro nela fez nascer erva

E a erva espalhou-se

Multiplicou-se sem que a árvore tomasse consciência

Ela não sabia da gravidade daquela parasita

Deixou crescer

Um dia a árvore percebeu que já estava tomada pela erva

O senhor disse que precisaria cortá-la

Mas perguntou a árvore se poderia podá-la

Receosa, aceitou sem esperança

A poda foi profunda

Muitos acharam que não haveria recuperação

Pareceria haver morrido a pobre árvore

Galhos cortados, nenhuma folha, frio, dor...

Mas no terceiro dia algo aconteceu

Um brotinho surgiu

A esperança germinou

A vida não havia acabado

Aquele broto cresceu

Foram surgindo outros brotos

O que parecia perdido foi reencontrado

A árvore recuperou seu vigor

Floresceu e produziu muitos frutos

A passagem aconteceu

Morte para Vida

A Páscoa concretizou-se

A árvore, hoje, é sinal de vida, alegria, Ressurreição.

Emanuel Tadeu

#semanasantapoética #poesiar #fé #utopiadoviver



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