(Fonte da imagem: internet)
E de repente o vírus estrangeiro, de morada longínqua, chegou
até nós.
Veio no silêncio do dia a dia e entrou em nossos municípios,
casas e trabalhos...
Não pediu licença nem permissão para hospedar-se.
Chegou e tomou conta do ambiente.
Parecia inofensivo no princípio, muitos não acreditaram em
sua virulência.
Com o tempo, fomos o conhecendo e percebendo sua
intensidade.
Curioso que ele, se revelando, revelou muito de nós.
Que não somos imunes a tudo,
Que o que afeta o outro também me afeta,
Que o mundo está interligado,
Que ricos também adoecem e morrem,
Que a vida é frágil,
Que vidas importam,
Que a saudade dói,
Que a fé é mais potente do que pensávamos.
Antes eram nomes, números de contagiados e óbitos distantes.
De repente já era possível conhecer os infectados e afetados.
Era meu vizinho ou vizinha, meu amigo ou amiga, meu colega
de trabalho ou de bate-papo, eu.
Se antes o isolamento era uma opção de vida, agora é
necessário.
E como estamos sentindo falta dos abraços, apertos de mãos,
proximidade, visitas...
Já não queremos estar sozinhos.
Desejamos voltar ao “novo normal”,
Sem saber que antes não vivíamos normalmente.
Desejamos viver como anteriormente,
Mas não percebemos que a correria de antes era certamente
doentia.
Vamos ser diferentes no pós-pandemia! Afirma alguns que não
conseguiram ser
diferentes nem mesmo dentro desta pandemia.
Como descrever tudo isso?
As palavras evidentemente são insuficientes neste momento,
Mas nunca dispensáveis!
Que tudo isso vai passar, assim acreditamos esperançosamente.
Agora, como vamos passar diante de tudo isso?
Aí é uma escolha existencial de cada um e, ao mesmo tempo,
de todos.
Só sei que ninguém pode considerar-se isolado enquanto pertencer
a esta humanidade.
Somos todos tripulantes da mesma nau!
Emanuel Tadeu
#umasónau #poesiar #utopiadoviver #esperança
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