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Mostrando postagens de 2019

Perdão, Pessoa

Peço perdão, ó grande Fernando Pessoa, Mas não consigo concordar Inquieto a pensar Depois de muito refletir Pela fé que possuo posso proferir: Vale a pena? Não, nem tudo vale a pena se a alma não é pequena. Emanuel Tadeu

Um coração cansado de esperar

Um coração cansado de esperar E decidido a perseverar Alegra-se ao encontrar um semelhante para partilhar Afinal, fomos feitos mesmo para amar. E nas voltas da vida iremos nos encontrar. E então, a alegria brotará da sua escolha em esperar. Durante este período O orgulho insiste em nos visitar Trazendo a ideia de que já sei o suficiente e estou pronta para lhe encontrar As lágrimas escorrem por não sabermos lidar Com a angústia e a pressa do que o amanhã trará E assim passam anos, séculos, nos quais encontramos pessoas para nos ajudar A perseverar e crer que o amanhã logo virá. Adriana da Silva Ribeiro

Tríade poética sobre a Morte

(Imagem: Arquivo pessoal) Arcanos da Morte Desinquieta criatura Caminha sem um ritmo Vaga no mundo Anda sem destino. Ó Morte, onde estás? Por onde andas? Qual o próximo lugar? Onde vais pernoitar? Por que nos leva sem avisar? Qual motivo de tal crueldade? Estava há pouco ali Agora não mais sorri. Não és tua a culpa Mas tão somente nossa Pois não sabemos conviver Choramos amigos Os quais não tivemos tempo de rever. Abraços não dados Sorrisos não correspondidos Perdão não consentido Coração arrependido. Perdoa nossa dureza Que nos encontre preparados Leva-nos a Deus Alegria de Filhos amados. Ó Morte, nossa irmã Não assustas tanto Quem vive de acordo Com o saber santo. Descansa em paz! No suave adormecer Espero, um dia, tua visita Descalço em meu ser. Memento mori  A morte mora ao lado É uma vizinha Mora na casa do l

Conversão

Coloquei-me no caminho Comecei a caminhar Aos poucos, mudo a direção Embrenho em outros desvios Às vezes conscientes Outras vezes nem tanto. De repente, percebo que tomei rumo equivocado Posso continuar Mas resolvo voltar ao caminho certo Passo por cima de meu orgulho Embora muitas vezes isso me incomode Retorno Encontro novamente a estrada correta Volto a caminhar. Se vou desviar de novo? Talvez sim, talvez não Mas nunca vou desistir de trilhar tal rumo Se errar? Peço perdão Retorno ao caminho E agora estou na direção certa de novo. Emanuel Tadeu

Louvor Ascendente

             Tomando o café de todo dia pela manhã deparei com o pão. Ele não nasceu ali, veio da padaria e foi pago com meu suor. Bendito o meu trabalho!             Mas o pão não nasceu na prateleira, ele foi modelado pelo padeiro que acordou antes do sol e o deu forma. Benditas as mãos que formam os alimentos!             Meu olhar foi mais além, os elementos daquele pão em minhas mãos vieram de mais longe, o trigo que se fez farinha não foi triturado ali, mas trazido de algum lugar. Bendito quem transportou, quem triturou, quem fez do trigo farinha! Que grande ideia.             Já terminando de comer o pão, pensei nas mãos que, de alguma forma, plantaram aquele trigo, no suor do rosto e no sorriso de ver as sementes crescendo e prosperando, nos filhos felizes com a alegria dos pais. Benditos os agricultores, benditas as mãos que colocaram as sementes na terra! Bendita a Terra!             Terminei meu café com pão. Vou agora fazer parte do ciclo da existência. Deixar marc

Suicídio

Maria se matou Mas não morreu sozinha Matou junto sua mãe de tristeza Matou seu pai de dor Matou seus irmãos de saudade Matou seu namorado de angústia Matou sua descendência de existir Matou seu patrão de desgosto Matou seu cachorro de solidão Matou suas plantas desidratadas Matou sua casa com o vazio Matou a comunidade com sua ausência Privou a cidade de uma cidadã Mutilou o país de um habitante Pôs fim à canção Maria não se matou sozinha Matando-se, matou a todos. Emanuel Tadeu #setembroamarelo #vida #viver #sentido #prevenção #poesiar #utopiadoviver

Laudato Si

E aí? Você... Ou cuida ou morre! Ou preserva ou morre! Ou muda ou morre! Ou converte ou morre! Ou ri ou chora e morre! A natureza precisa de nós Pois, no fundo, somos nós que precisamos dela. Cuide, preserve, mude, converta e sorria... viva! Nos gestos pequenos e diários de zelo Dentro de casa, na rua, no trabalho, no campo... Somos responsáveis pela Vida do mundo e de todo mundo. Cuide do outro, de si, da natureza, do Planeta... Não mate, mas viva e faça o outro viver Ou, pelo menos, ter a chance disso. Depende de nós todos! Emanuel Tadeu

Rede de São Pedro

Lançou a rede Voltou cheia Lançou a rede Voltou vazia... Lançou a rede E voltou... Voltou nas comunidades Voltou nos leigos engajados Voltou nos sacerdotes fiéis Voltou nas Celebrações Voltou nas lutas diárias Voltou na conversão pessoal e social Voltou nos desafios Voltou nos afastados Voltou no cansaço. Lançou a rede No Rio Piranga Sob calor pontenovense Na sombra das palmeiras. Lançou a rede Recolheu os frutos No barco petrino Nas chaves do Céu e da Terra O Reino se desvela. Lançou a rede Usou varas de pesca mineiras Uma torre similar a um farol Apontando para o verdadeiro sol. Lançou a rede Comunidade de comunidades Igreja viva na Zona da Mata Muitos desafios na missão A fé, esperança e caridade bastam. Bate, sino de Pedro! Acorda a comunidade Desperta o povo sacerdotal De sua missão batismal. Um dia a bar

Trama do tempo

Sr. Relojoeiro, Por que vive a atrasar seu relógio? Por que vive a voltar as horas? Tem medo do futuro? O que lhe causa espanto? Atraso os ponteiros, ó menino, Para atrasar o tempo Atrasar as horas Para ter impressão De prolongar minha vida. Cada segundo que perco Sou deixado para trás O caminhar dos ponteiros A areia da ampulheta Que escorrendo não volta A pedra lançada no lago Que após quicar afunda. Meu relógio deveria ser mais lento Mas ele não me obedece Eu suplico, mas não me escuta. Oxalá quando ele parar Eu esteja preparado Para tirá-lo do pulso Colocá-lo no chão   E seguir o caminho. Emanuel Tadeu #TramadoTempo #Relógio #Vida #Poesiar

Corpus Christi

Eis o dia que toca os corações Algo diferente surge em nossas vias; Ruas e janelas enfeitadas, flores desfolhadas Tapetes e festa preenchem-nos de eternidade Entre o Tantum ergo e nuvens de incenso Surge Aquele que é o Pão do céu Genuflexos os homens de corpo e alma Adoram o Rei e Pastor sob o véu. Ao som das campainhas e dos sinos Vozes se unem em coro Graças e louvores sejam dados Ao amor dos amores Mistério tão profundo contemplamos O pão e o vinho ofertados Em Corpo e Sangue do Senhor se tornaram Sinal do amor do Pai, com fervor adoramos Dá-nos ó Jesus, nosso Santíssimo Sacramento, Crermos e adorarmos em teu amor permanente nesta terra seja nosso perene alimento e ao céu nos guie, Pão dos caminhantes . Lucas Muniz - Seminarista 

Oratório

(Imagem da internet) Queima a vela no castiçal Umbral do céu Uma imagem barroca De mãos postas em oração Uma rosa do quintal Repousa no vaso solitário A senhora ajoelhada Lágrimas correm-lhe pela face A vela vai se consumindo Consome-se a oração As mãos postas clamam O coração vai se confortando O vento sopra na vidraça O assoalho range Os peões trabalhando Os pássaros cantando O vento brincando As crianças correndo O Criador olhando a criatura Neste oratório, Cabe tanta existência Relicário de histórias Um dia abriu-se as portas No outro, fecha E no silêncio dorme. Emanuel Tadeu #Oratório #Fé #Existencial #Poesiar #UtopiadoViver

Santo Antônio da Silva

Caminhaste na areia O homem descalço Deixaste tuas marcas No rol dos altos. Antônio de Lisboa Santo de Pádua Um hábito franciscano O coração em frágua. Arauto da Boa nova Língua plena de graça Disseste com a vida Antes de proclamar com a palavra. O Evangelho em seu aroma Exalado de lábios humanos Seu perfume invadiu os corações Tua pregação provocou conversões. Santo por nós tão querido O batizamos, brasileiro Nesta Terra de Santa Cruz Canta o sabiá pregoeiro. Nesta Terra que tem palmeiras Onde cantam os pássaros Antônio, fique à vontade Trilha, no Brasil, teus passos. Recebe nossa homenagem Uma vela acesa no castiçal Em um oratório barroco As mãos unidas: um umbral. Descansa em paz, ó Antônio Repousa na morada eterna Cumpriste bem tua missão Hoje, zela por nós como sentinela. Emanuel Tadeu

Felicidade

Sutil arte da felicidade Talvez eu queira sorrir Ou melhor, colecionar sorrisos De brancos e negros De ricos e pobres De saudáveis e enfermos De santos e pecadores De cães e gatos. Talvez eu queira sorrir Fazer sempre o bem 'Sei que ser feliz é fazer os outros felizes' Sei pela fé Serei feliz em fazer feliz Terei sorrisos em fazer sorrir A arte cristã de amar o outro: Eis o segredo da felicidade. Emanuel Tadeu.

Quando o amor se torna pessoa...

                        Outro dia precisei do contato de uma moça e, como não o possuía, solicitei ao seu namorado. Após pedi-lo no whatsapp, ele enviou-me o contato dela. Interessante que ele não salvou o número com o nome da namorada, mas estava escrito amor . Não é a primeira vez que recebo um contato assim. Fiquei pensando como é significante quando o amor se torna pessoa. De um sentimento abstrato, de repente nomeia um ser. Já não é mais João, nem Maria, Sebastião, Giovana, mas amor . O amor se fez carne. O amor personificou-se.             Um dia, faz algum tempo, o Verbo se fez carne, o amor divino também ganhou forma humana. Um amor pleno que ensinou a amar. De vez em quando ouço um esposo falando com a esposa ou vice-versa: amor ! A passagem do abstrato para a carne, do invisível para o visível talvez seja algo bastante natural que nem damos conta disso no dia a dia. E que pena!             Oxalá a ideia se transforme em atos de bem, o amor dentro de mim se torne r

Memento mori

A morte mora ao lado É uma vizinha Mora na casa do lado da minha Vizinha discreta, silenciosa Nunca a vejo As janelas de sua casa vivem fechadas Cortinas baixadas Portas cerradas Jardim regado Um dia ela partirá de sua casa Sairá pela porta da frente Caminhará rumo a minha porta Não vai adiantar tentar fugir Só tenho uma alternativa Descer as escadas Recebê-la na porta E dizer: pode entrar! Emanuel Tadeu

Metanóia

3º Domingo da Quaresma

Confiar

Confiar ... significa colocar o coração...