(Imagem: Arquivo pessoal)
Arcanos da Morte
Desinquieta criatura
Caminha sem um ritmo
Vaga no mundo
Anda sem destino.
Ó Morte, onde estás?
Por onde andas?
Qual o próximo lugar?
Onde vais pernoitar?
Por que nos leva sem avisar?
Qual motivo de tal crueldade?
Estava há pouco ali
Agora não mais sorri.
Não és tua a culpa
Mas tão somente nossa
Pois não sabemos conviver
Choramos amigos
Os quais não tivemos tempo de rever.
Abraços não dados
Sorrisos não correspondidos
Perdão não consentido
Coração arrependido.
Perdoa nossa dureza
Que nos encontre preparados
Leva-nos a Deus
Alegria de Filhos amados.
Ó Morte, nossa irmã
Não assustas tanto
Quem vive de acordo
Com o saber santo.
Descansa em paz!
No suave adormecer
Espero, um dia, tua visita
Descalço em meu ser.
Memento mori
A morte
mora ao lado
É uma
vizinha
Mora na
casa do lado da minha
Vizinha
discreta, silenciosa
Nunca a
vejo
As
janelas de sua casa vivem fechadas
Cortinas
baixadas
Portas
cerradas
Jardim
regado
Um dia
ela partirá de sua casa
Sairá
pela porta da frente
Caminhará
rumo a minha porta
Não vai
adiantar tentar fugir
Só tenho
uma alternativa
Descer as
escadas
Recebê-la
na porta
E dizer:
pode entrar!
Colóquio com a morte
Ó morte cruel
Porque não espera?
Porque leva-nos sem explicações?
Será que não podemos nos despedir
primeiro?
Ou a vida é sempre despedida?
Confesso que não estou preparado
para partir e nem despedir.
Confesso que não estou pronto para
perder quem eu amo.
Ó morte,
Chega sem delongas...
Em qualquer momento...
E leva...
Simplesmente leva...
Ó morte,
Que arranca de nós quem amamos
Sem ao menos deixar um recado.
Ser misterioso
Andar silencioso.
Mas saiba de uma coisa:
Nunca arrancarás do meu interior
aqueles que um dia levou.
Saiba que em mim ressoa
Melodia de esperança
Certeza de vida eterna
Dedilhado de ressurreição.
Emanuel Tadeu
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