Morei em uma região de chaminés abandonadas. Ao longo da
paisagem se vê chaminés isoladas nos pastos, fazendas ou montanhas. São símbolos
da fartura de uma economia que acabou. Lá ficam sozinhas. Parecem querer dizer
algo. Lembram aqueles idosos que amam contar histórias. É só você chegar perto
que começam a narrar sua vida com suas aventuras e aprendizados. Chaminés que
testemunham a história de uma região. Resistiram ao tempo e a demolição das
usinas de açúcar e álcool. Elas nos ensinam que o passado é importante para
compreendermos o futuro, que a nossa história é antecedida por outros, os quais
nos passaram um legado e que nós também deixaremos algo para este mundo, para
as futuras gerações, para a história. Chaminés solitárias guardam a crença de
que se buscarmos ser melhores, o futuro terá mais oportunidades do que o hoje.
Descansem, velhas chaminés, podem descansar, já trabalharam muito e tanto
fizeram por esta região. Deixem o legado que este mundo é passageiro e que aqui
deixamos nossas marcas no modo como vivemos. Realmente somos seres de passagem,
de páscoa! Solitárias e dorminhocas, agora elas contemplam a espera de que um
dia serão lembradas e seu legado será semente de novas esperanças e sonhos para
quem souber verdadeiramente interpretá-las.
(Imagem da internet)
Emanuel Tadeu
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