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Virgem da Piedade

(Imagem de N. Sra. da Piedade - Santuário de N. Sra. da Piedade - Barbacena / MG: Arquivo pessoal) 


Ei-Lo na solitária Cruz!

Pendente no madeiro,

Descem o corpo sacrossanto,

Maria o acolhe por inteiro.

 

Repousa agora no regaço,

O corpo do Filho Deus.

Já não tem mais vida,

Aquele que se doou aos seus.

 

A Mãe olha o Filho,

O rosto aproxima do rosto,

O calor da face materna,

Sente o frio do corpo.

 

O que aguenta o coração de mãe?

Pode tudo suportar?

Eis um grande mistério:

Mãe nunca deixa de amar.

 

Lá estava no Calvário,

Sobre o árido Gólgota,

A cena dolorosa e cruel,

A Mãe sobre o Filho chora.

 

Descansa o Homem,

Já não tem respiro,

Doou até Seu corpo,

Entregou Seu espírito.

 

O coração materno dilacerado,

Tem em si fiel certeza:

Ele ressuscitará!

A vida nova da figueira.

 

Contempla o Filho,

Aproveita aquele instante.

Já não terá o corpo,

Eis a soledade dilacerante.

 

Retiram o corpo do regaço,

Como um dia saiu do útero,

Agora segue o cortejo,

Para um temporário túmulo.

 

A pedra é rolada devagar,

Persiste, porém, doce lembrança,

A mãe olha distante,

Consola-lhe a fecunda esperança.

 

Agora vive a soledade,

Sustentada pela doação,

Já germina dentro de si,

O lampejo Ressurreição.

Emanuel Tadeu

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