Para a ilha dos
delirantes eram mandados todos aqueles que tinham algum tipo de deficiência
mental.
Três, das centenas que
estavam ali, merecem destaque.
O primeiro é Joaquim
Santiago, sujeito alto e magro, que beirava os setenta anos. Filho de
professores, teve contato com a mais diversa Literatura desde novo. De tanto
ler, achava que era o Imperador de todo o universo, quase um deus. Mandava em
tudo: no vento, na chuva, nas pessoas e no tempo. Raramente era ouvido. Quatro
ou cinco outros loucos eram seus fiéis subordinados e um deles era Galvão
Guerra.
Galvão Guerra era filho
de camponeses, acostumado com a natureza e com os animais. Era até bem
inteligente, tinha noção dos tratamentos das doenças que afligiam os animais. O
problema dele era se ver como um cavalo, dando montaria à Joaquim e a qualquer
outro que quisesse dar uma cavalgada.
A terceira louca daquele
lugar era Ester Santana. Filha de pais muitos religiosos, sempre se interessou
muito pela história de Adão e Eva, tanto que chegou ao ponto de acreditar ser a
própria Eva. Tratava a todos da ilha como se fossem seus próprios filhos. Tinha
um horror enorme a qualquer tipo de fruta, tinha diversas crises de ira ao se
lembrar da serpente que a tinha tirado do paraíso e também por considerar que
Adão estava em outro lugar do mundo com outra mulher.
A alegria daquele local
era contagiante. Risos, gritos, brincadeiras e as mais diversas coisas. Tudo
era festa.
Guilherme Dias
Imagina a interação entre esses três... rs. Fiquei com vontade de saber mais... parabéns!
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