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Aprendendo andar de bicicleta




E ela começou a aprender andar de bicicleta. Tão franzina e pequena era aquela doce menina. Cabelos cor de ouro e encaracolados. Vestido vermelho de bolinhas pintadinhas de branco. Na tarde de domingo, com o calor suave de terras mineiras, ali estava ela em sua bicicleta verde com detalhes pretos. O pai a segurava por trás e ela pedalava. Dava gargalhadas ao sentir o vento balançar seus cabelos e a adrenalina correr em suas veias. O sorriso era contagiante e largo. Exibia a janelinha entre os dentes que ganhara há alguns dias. Seus olhos cor de mel saltavam de entusiasmo.
- Tô conseguindo, papai! Exclamava radiante.
Para a menina, a velocidade era imensa. Sentia-se em uma motocicleta em plena corrida. A poeira levantava ao passar as rodas pela estrada de terra. E ela acelerava querendo mais aventura. O pai não conseguiu acompanhá-la mais. E ela se foi acelerada, gritando de alegria.
- Uhu... Tô voando, papai!
Quando de repente: bum!!!
Lá estava a menina esparramada no chão. Empoeirada e com os joelhos ralados. Chorou intensamente. O pai chega apressado e diz:
- Acontece, filha. Vou dar um beijinho e vai sarar.
Ela olha para o pai com os olhos lacrimejando. Ele diz:
- Levanta! Vamos tentar de novo?
A menina se ergue, pega a bicicleta e vai de novo ousar. Ali ela aprendeu que é preciso levantar sempre. Que às vezes, ou melhor, muitas vezes, vai cair de bicicleta ou na vida, mas é mais louvável quem levanta após a queda do que aquele que nunca ousou arriscar com medo de cair.
- Tenha prudência, mas não deixe de sempre tentar de novo! Disse o pai, enquanto soltava suas mãos da bicicleta, à menina.

Emanuel Tadeu

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