(Imagem da internet)
Há algum tempo tenho observado algo em
comum nos vários lugares por onde passei ou passo e essa coisa, que os locais
compartilham de forma unânime, tem um nome simples: teia de aranha.
Não importa o lugar, as aranhas não
respeitam, estão lá presentes. Seja nas lojas, desde as mais simples até as
mais luxuosas; nas casas, seja no casebre ou na mansão; nas igrejas, não
importando a religião; nas clínicas, nos supermercados, nos hospitais, nas
fazendas, nas prefeituras, nos apartamentos, enfim, são muitos os locais onde
as encontrar. Tais aracnídeos não são
seletivos, basta ter um lugar para construir sua teia e vão logo trabalhar.
Mas por que falar da aranha e sua teia?
O motivo é simples: nós não olhamos para cima. Como assim? Nossa sociedade é
acostumada a limpar em baixo, a deixar tudo muito limpo, mas não olhamos para
cima. Infelizmente há construções que são suntuosas, modernas ou mesmo pequenas,
mas muito elegantes, entretanto quem as limpa se esquece de olhar para cima.
Será que ninguém vê aquelas teias enormes ali em cima da sua cabeça? Será que
ninguém percebe que aqui em baixo está limpo, mas ali no cantinho da parede,
bem disfarçada, está uma pequena aranha com sua teia. Mas por que se preocupar?
É o habitat dela! Dizem alguns.
O que me incomoda não é apenas a teia,
também, mas que estamos acostumados a olhar para baixo, mais especificamente
para um objeto que toma nosso precioso tempo de forma anormal chamado celular.
Habituamos a ficar com a cabeça baixa para olhar as mensagens no aparelho e
esquecemo-nos de olhar para cima. Virou hábito olhar para baixo e isso reflete
nas nossas relações, olhamos para baixo, para nós mesmos, para o nosso umbigo.
O que importa sou eu, minha felicidade, minha opinião, meus interesses, minha
religião, meu amor, meu, minha... Tudo é assim, a onda dos pronomes
possessivos. E bota possessivo nisso! Fico assustado ao passar em um lugar e
ver duas pessoas em uma mesa de lanchonete cada uma no seu celular conversando
com os supostos “amigos”. Não sou contra o uso do celular, mas a sua veneração.
Que tal olhar para cima? Que tal
levantar a cabeça e parar de ficar olhando para baixo? Quem sabe você resolve
agora observar cada canto de sua casa em busca de uma teia? Procure e achará! E
então, o que está esperando? Chame quem puder para tirá-la dali. Junte os
familiares, amigos, quem quiser e limpe aquela teia que está aniversariando ali
e depois comemore junto com aqueles que estão ao seu lado, celebre a alegria de
ter pessoas de verdade perto de você. Tenha certeza de que não se arrependerá
se tirar aquela teia que está no canto. Fica a dica.
Emanuel Tadeu
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Ótima reflexão, vivemos em uma sociedade que não contempla as coisas do alto.
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