Chegou uma visita!
Acolher bem é prioridade.
Ela entra pela porta da sala.
Pela porta da cozinha é falta de educação.
O rito começa na sala.
Acolhida e uma boa conversa.
Perguntar pelos familiares:
- Como estão? E seus filhos?
Tem que se mostrar interessado pela família alheia!
Embora, talvez, nem a conheça.
O tempo de duração de tal parte,
Depende do fluir do papo
Ou do afeto que se tem pelo visitante.
Depois de algum tempo,
Passa-se para a segunda parte do rito.
É hora da refeição.
É oferecido um bom cafezinho.
Às vezes, em copos de ‘mastomate’,
Às vezes, em caneca esmaltada
E, os mais requintados, em xícaras do casamento.
O café não deve vir só!
Deve ser acompanhado de merenda.
Se não as tiver, é preciso pedir para não reparar!
Quanto mais variedades de quitandas, melhor.
O momento prolonga-se com conversas.
Algo é sagrado:
Não se deve partir sem tomar café!
Após servido e tomado,
Bem merendado,
a visita pode partir.
Sair sem o cafezinho?
É um grave erro.
Não se comete!
Vai-se embora pela porta que entrou.
Dizem alguns: “senão briga”.
Na despedida, é certa uma saudação final:
- Ainda é cedo, ‘bobo’!
Enquanto a visita não some no horizonte
Não fecha a porta da sala.
Alguns são até mais carinhosos,
Ficam no batente da porta,
Observam a visita partir,
O olhar paira no além,
Talvez esses tenham compreendido
Que, neste mundo,
Estamos em constantes saídas
E podemos não nos ver mais
É preciso aproveitar cada instante.
Amém
Emanuel Tadeu
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