Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2020

Na Estrada

Nas empoeiradas estradas rioesperenses Sob sol de julho Nas curvas mineiras Das cercas contínuas Nas sombras dos bambuzais Os cachorros ladram As depressões na pista Um olhar no retrovisor Pedras bailarinas Saltam como pipoca O acelerar nas mãos O frear nos pés Um olhar difuso Um caminho pela frente Uma moto para seguir Meu pó, minha poeira, meu ar O vento suave E o acelerado constante O caminho conhecido As novidades do talvez destino Chegar algum lugar Talvez um dia, Dona Maria, - Se Deus quiser, meu filho! Emanuel Tadeu #NaEstrada #Poesiar #Caminhos

Crônicas do Seminário

De dom Frei Manoel a este dia presente Notável sonho de um bispo tornou-se palpável Como erigir um Seminário no interior? Um desafio pouco rentável.   Mas Dom Frei não desistiu Levou ao término sua nobre missão   Esforçou-se com grande empenho Conseguiu uma chácara com casarão.   Do jesuíta, Pe. José Nogueira Aos formadores de agora Uma vida repleta de rostos Os anais ornamentados de uma história.   Seminaristas no decorrer das páginas Corações em discernimento Jovens oriundos de tantos lugares Padres de outrora como os deste tempo.   Com grande afeto hoje    270 anos queremos comemorar A ‘alma mater’ de Minas Nossa homenagem, simplesmente realizar.   Batam palmas, ó povo, Louvem a Nosso Deus Eis o Seminário jubilar No dedilhado dos seus. Emanuel Tadeu #SemináriodeMariana #270anosSSJ #ArquiMariana #Vocação #Poesiar

Entre Rostos

No rosto doloroso da Senhora das Dores Encontrei minha dor de cada dia Olho o rosto da Virgem Maria Vejo o espelho de minha agonia. No rosto feliz da Senhora da Alegria Rejubila meu ser contente Olho o rosto da Virgem Maria Vejo o sorriso de nossa gente. No rosto brasileiro da Senhora Aparecida Elevo minhas mãos em prece Olho o rosto da Virgem Maria Vejo o país que luta e cresce. No rosto esperançoso de nossa Senhora Contemplei o broto da rosa Olho o rosto da Virgem Maria Vejo um mundo novo à porta. No rosto humano de Deus O plano de salvação encarnado Olho o rosto de Jesus Cristo Vejo o ser humano, profundamente, amado. Emanuel Tadeu #EntreRostos #Fé #Poesiar #UtopiadoViver

Senhora do Carmo

Uma Ordem em grandes dificuldades Migrou-se para o continente europeu E lá também encontrou tribulações O Carmelo quase esvaneceu. O superior geral, Frei Simão Stock, Juntamente com toda a Ordem rezavam Pediam a intercessão de Nossa Senhora O socorro que tanto necessitavam. Nossa Senhora escutou o clamor Estendeu seu manto aos filhos seus Em 16 de julho de 1251 A Virgem ao Frei Simão apareceu. A bela Senhora visita a humanidade Entrega o Escapulário santo Para os devotos da Ordem carmelita Do fim eterno, os preservando. Revestindo-se do Santo Escapulário O avental dado por Maria Tornamo-nos servidores do Vinho de Cristo Trazemos alegria a festa da vida. De um lado do sublime avental Está a imagem da Senhora de bondade Do outro lado da singular vestimenta Está Jesus em seu amor pela humanidade. É preciso usá-lo com verdadeira piedade Não o tendo como um amuleto de sorte Esforçar-se no compromisso cristão Na busca

A ilha dos delirantes

Para a ilha dos delirantes eram mandados todos aqueles que tinham algum tipo de deficiência mental. Três, das centenas que estavam ali, merecem destaque. O primeiro é Joaquim Santiago, sujeito alto e magro, que beirava os setenta anos. Filho de professores, teve contato com a mais diversa Literatura desde novo. De tanto ler, achava que era o Imperador de todo o universo, quase um deus. Mandava em tudo: no vento, na chuva, nas pessoas e no tempo. Raramente era ouvido. Quatro ou cinco outros loucos eram seus fiéis subordinados e um deles era Galvão Guerra. Galvão Guerra era filho de camponeses, acostumado com a natureza e com os animais. Era até bem inteligente, tinha noção dos tratamentos das doenças que afligiam os animais. O problema dele era se ver como um cavalo, dando montaria à Joaquim e a qualquer outro que quisesse dar uma cavalgada. A terceira louca daquele lugar era Ester Santana. Filha de pais muitos religiosos, sempre se interessou muito pela história

Crônicas de um sorvete em dia de quinta-feira

Toda quinta-feira era a mesma coisa: depois do horário letivo, os seminaristas voltavam para a Comunidade, almoçavam e se preparavam para ir à rua, seja para comprar algo, visitar outra Comunidade do Seminário ou, no caso daqueles dois, comprar um sorvete, sentar no banco da praça, observar os peixes e conversar sobre a vida. Toda quinta-feira era a mesma coisa: o mesmo sabor de sorvete, o mesmo banco, o mesmo lago, os mesmos peixes e as mesmas conversas: falavam sobre suas histórias de vida, suas paróquias de origem, seus costumes. Reclamavam da rotina de estudos, da grande quantidade de tarefas e das provas que se aproximavam. Outros seminaristas, ao se depararem com aquela cena, comentavam:  - 'Que vida boa, hein!’  - 'Você que pensa!’ Respondiam os dois em uníssono.  Ao se aproximar às 15 horas, eles se levantavam, jogavam o guardanapo e a pazinha no lixo e seguiam, esperando a quinta-feira seguinte. Chegavam em casa e ouviam a clássica pergunta:  -

Ciranda Trinitária

(Imagem da internet) Três crianças brincando de roda Bailam alegres, sorriem alto, cantam entusiasmadas O movimento é suave e constante Os pés, vez ou outra, se elevam do chão Parecem andar sobre as nuvens Pisar em algodão Os cabelos ao vento As mãos dadas e bem juntinhas Os sorrisos atraentes Ao mesmo tempo envolventes O canto é animador A ciranda trinitária não para um instante Unidas em uma só dança Embora três crianças diferentes. E nessa dança singular Chega outra criança nascida depois É menor, mas quer brincar também Fica observando sem saber como entrar na roda Ela vê como as três crianças são felizes Como dançam levemente, parecem plumas ao vento Pensa consigo se será capaz de acompanhar tal movimento - E se eu cansar? Fica observando a ciranda trinitária Leve e suave como um carrossel Parece convidar ao movimento E eis que se ouve uma voz: - Quer brincar? - É claro que quero! - Entra na roda! Duas mãos são estendida