Num
domingo à tarde, andando pela cidade algo me inquietou. Caminhando vi ruas
quase vazias, lojas fechadas, o sol pairava emitindo calor. Uma fresta na janela de uma casa permitia ver
uma televisão ligada que transmitia uma programação dominical de entretenimento.
Entreter, essa é a palavra que define aquela experiência humana comum de
domingo à tarde. O ser humano busca se entreter, a existência parece muito
vazia e busca-se vedar com algo esse buraco existencial. O churrasco e a
cerveja são formas de entretenimento para aliviar a solidão que habita em cada
um. Entreter é o modo humano de colocar um pano em cima da ferida para que ela não
doa tanto. Quantos vivem se iludindo e não pensam em seu existir ou não se
interessam por isso! Realmente andar por um lugar no domingo à tarde é percorrer
no vazio humano, caminhar descalço em pedras. Diante desse espaço vazio humano
só Algo o completa!
(Imagem da internet) - Olá, tudo bem? - Olá, tudo bem. E cm vc? - Tudo bem tbm. - Que bom. Precisando de alguma coisa? - Não. Mandei esta mensagem para ver como vc estava. Simples, mas profundamente importante: a potencialidade da gratuidade. Eis um valor perdido em nossos tempos. Pare e pense quantas pessoas mandam mensagem ou ligam para você pelo simples fato de querer saber como você está. Provavelmente muito poucas ou quase nenhuma. Sim, pode parecer pessimismo, mas estamos cada vez mais imersos na cultura da utilidade. Mando mensagem, ligo ou visito quando preciso de algo e só. O erro não estar em mandar um "ZAP" quando estou precisando, mas em resumir o contato a isso. O mesmo se aplica a uma ligação ou visita. Sim, parece que vivemos a cultura do procura quando precisa... Precisa de conselho, de alguém para escutar, de uma roupa, de um sapato, de um favor, de um pouco de arroz, de... de... E por aí vai. E quando está tudo bem,...
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