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Mostrando postagens de maio, 2020

De mãe para mãe

Quando se vai à cidade, tem que passar na igreja e rezar. Assim fiz. Entrei naquela grande matriz que parecia desproporcional à cidade tão pequena. Fiz a vênia diante do altar e dirige-me à capela do Santíssimo. Entrei, fiz a genuflexão e ajoelhei. Enquanto rezava, via aquela mulher com uma criança ajoelhada ao seu lado. Parecia uma mulher adulta, provavelmente tinha de 30 a 40 anos. Ela rezava o terço da Misericórdia. Que boa escolha! Em meio à pandemia que vivemos do Coronavírus, nada melhor do que pedir misericórdia ao Senhor. Mas algo tocou meu coração. Enquanto ela rezava, a criança sempre repetia as últimas palavras da oração como um eco, um eco espiritual. Não sei se aquele menino sabia rezar, mas vendo aquela mulher, que provavelmente era sua mãe, com certeza estava motivado. Ela rezava e ele ecoava. Vez ou outra a criança olhava para um lado e para outro, distraída com outras coisas, mas continuava seguindo a mãe na oração. De repente, a mãe fixou os olhos no sacrári

Lava-pés

O gesto inclinado Simples curvatura Grande dignidade Ao lado, uma jarra e bacia Uma grande mesa de quatorze lugares Uma vela silenciosa crepita Olhares confusos e cruzando-se na sala - O que ele está fazendo? Pensam no silêncio do coração O som da água sendo derramada Lá fora, uma noite fria, envolvida por preto vestido Um vento discreto sussurra As cortinas amareladas são suavemente embaladas E ali, inclinado no chão Segurando pé por pé Um Deus/Homem lava Toca o chão e derrama água Acaricia os pés Concede-lhe um ósculo Olha nos olhos e sorri - Agora está limpo, pode partir! Emanuel Tadeu