Pintor Piauiense Frank (Atim) As janelas olham, Ficam o dia inteiro observando o movimento. Sempre à espreita. Estão quietinhas, mas, qualquer movimento... Elas olham rapidamente. São atentas. Sabem de tudo. Janelas espertas! Não guardam segredos. É só aproximar delas... Que contam tudinho que viram. Janelas expiadoras. Sabem da vida de todos. Não sossegam enquanto não cessam a investigação. São permanentes vigias. Mesmo fechadas estão sempre alertas. Não perdem os segundos. Quem passa perto delas...  Coitado! Já está nas voltas de suas dobradiças. Emanuel Tadeu #Janelasfofoqueiras #Poesiar #Humor #Vida

( Megan Aroon Duncanson: imagem da internet ) No princípio... No começo de tudo... Era uma vez... Tantos modos de começar uma história Tantos jeitos de vir a existir Mas, e antes? E antes do ser? E antes do aí? Talvez as palavras estivessem dormindo aquecidas no cobertor, Quentinhas, uma encostadinha na outra como crianças amigas, E de repente alguém as chama. Fala com voz calma: é hora de despertar! Vai compor poema, escrever texto, fazer histórias, bailar nas linhas. Vai ser no mundo! Antes do princípio talvez não seja tempo Talvez exista uma interrogação humana Por que do não para o sim, há grande diferença. Do sorriso para a dor, há lágrimas. Da brisa para a tempestade, há incômodo. Da vida para morte, repouso. Da mãe para o filho, amor. Do “eu ideal” para o “eu real”, ah!  Falta muita coisa. No princípio... Talvez o vazio, Talvez a matéria, Talvez a essência, Talvez... No princípio talvez possa ter começado tudo... Emanuel Tadeu #

Tarsila do Amaral Dona Maria sabe de tudo Seu José é bom padeiro Rosária é piedosa Zélia é fofoqueira. O filho de Joaquim vai se casar Ana é boa doceira Calixto trabalha na prefeitura Isabela ainda está solteira. O padre é pastor O prefeito trabalhador O médico está apaixonado A enfermeira engravidou. O campo está arrumado Futebol vai ter lá Euzébio abriu um bar Celina, sua roupa está a lavar. Cidade pequena Coração gigante Se tem fato Falam bastante. Cidade pequena Namoradeiras fofoqueiras Faltam recursos Mas sobram histórias quase verdadeiras. Seu Chico morreu Hoje o sino não bateu O ladrão foi preso Ontem não choveu. Nilce é sem vergonha Cândida é santinha Paulo adoeceu João Francisco: Quem? Eu? A procissão começou O povo caminha A existência é curiosa O ser humano instiga. Dormem habitantes Durma a cidade tranquila Amanhã é novo dia A rotina outra vez se inicia.

Se mãe fosse profissão, Poucas aceitariam. Se mãe fosse um emprego, Talvez muitas não se empregariam. Se mãe fosse paga, Muitas desistiriam, Mas por quê? Para ser mãe o que precisa? A resposta é... Amor, mas muito amor mesmo, Pois dinheiro nenhum paga... As noites de sono perdidas, Os nove meses na barriga, As dores da gestação, O cuidado na infância, A dor da separação Dinheiro algum conseguiria pagar tanto carinho. Só mesmo o amor de mãe para ser tão inesgotável. E quando vocês filhos estiverem lá na sua vida arrumada, Uma velinha vai estar lá esperando por você... Cabelos tingidos pelo senhor tempo, Pele juntinha pela idade, Mãos trêmulas pelo cansaço, Audição um pouco frágil, Voz rouca e fraca, E ela sempre pronta a chamá-lo, a chamá-la de: “meu pequeno, minha pequena”.                                                                                                                               Emanuel Tadeu #mães #amor

O bobo da corte É engraçado Vira cambalhota Faz todos rirem É um bobo Que alegra a corte. Mas o bobo da corte é astuto Faz anedotas, Mas diz a verdade É o único que pode criticar o rei, mesmo que este não entenda. Com suas ironias faz o rei rir de seus próprios erros, Faz a corte rir de suas próprias falhas, Faz o ser humano rir de sua própria miséria. Mesmo que não entendam, Mesmo que riam, Mesmo que caiam na gargalhada, Todos nós temos um bobo da corte dentro de si. Um bobo que faz brincadeiras recheadas de verdade, Um bobo que fala a verdade através do pano de fundo de uma piada, Um bobo que tem medo da franqueza e disfarça-se no comentário engraçado, na risada irônica, no deboche disfarçado. Como dizem por aí “pra quem não sabe ler... um pingo é letra”... Oh, bobo da corte, Continue exercendo sua função! Leve a luz aos corações na bruta ignorância, Leve o riso provocado pelo reflexo de si mesmo, Leve a alegria